Informações Básicas Sobre o Transtorno do Espectro Autista em Adultos
Primeiramente: não existe uma aparência autista
Em hipótese alguma diga a um autista que ele “não parece autista”. Isso é falta de educação e demonstra desconhecimento sobre o assunto.
1. O que é o Transtorno do Espectro Autista (TEA)?
O TEA é uma condição do neurodesenvolvimento que altera funções relacionadas à comunicação, linguagem, interação social e comportamento. Não afeta apenas crianças: muitos adultos também são autistas e permanecem não diagnosticados.
2. Quais são os níveis de autismo?
Segundo o DSM‑5, os níveis do autismo são classificados pelo grau de suporte necessário:
- Nível 1 (autismo leve) — menor necessidade de suporte (não significa ausência de necessidade).
- Nível 2 (autismo moderado) — necessidade moderada de suporte; estereotipias e dificuldades sociais mais evidentes.
- Nível 3 (autismo severo) — necessidade elevada e frequentemente constante de suporte.
3. O autismo é uma doença?
Não. Autismo é um modo de funcionamento neurológico diferente e legítimo. Pessoas têm cérebros diversos; o autismo é parte dessa diversidade.
4. Autistas são pessoas incapazes?
Não. Muitos autistas levam vidas comuns: trabalham, mantêm relacionamentos e têm interesses e objetivos.
A atipicidade pode vir acompanhada de características como:
- altas habilidades;
- quociente de inteligência (QI) acima da média;
- interesses intensos em temas complexos;
- vocabulário e comunicação ricos.
Contudo, podem enfrentar dificuldades, como por exemplo:
- comorbidades — maior prevalência de ansiedade e depressão;
- dificuldades sociais — por exemplo, contato visual;
- dificuldade em descrever emoções.
5. O que difere pessoas autistas de neurotípicas?
- Autistas podem ter menos interesse ou conforto em interações sociais, sobretudo com desconhecidos.
- Precisam de tempo para autorregulação emocional, para evitar sobrecarga. Muitas interações sociais drenam sua energia.
- Precisam de tempo para dedicar-se a interesses específicos — no meu caso, tecnologia.
- Têm sensibilidade sensorial e podem se sentir mal em ambientes barulhentos ou com muitas conversas.
Uma pessoa autista não regulada pode ficar irritada e ansiosa — sinais de sobrecarga sensorial que prejudicam sua saúde mental.
6. Pessoas autistas mascaram sintomas para se sentirem aceitas
- É comum que autistas escondam estereotipias (ou “manias”) para não serem vistos como “estranhos”.
- Muitas vezes forçam interações sociais mesmo quando isso lhes causa prejuízo — especialmente no ambiente de trabalho.
7. Como interagir de forma respeitosa com uma pessoa autista?
- Observe se a pessoa está disposta a interagir. Se houver sinais de desconforto, interrompa a conversa e dê espaço. Isso não significa que ela não goste de você, apenas que está sobrecarregada.
- Nunca force alguém a permanecer em ambientes agitados, ruidosos ou sociais se não se sentir confortável. Pergunte antes; se a pessoa disser que não está confortável, não insista.